Como é que o estado da economia do nosso país afeta as nossas decisões individuais no mercado imobiliário?
Para avaliar a saúde económica portuguesa, recorremos a indicadores macro como o PIB, a taxa de desemprego, consumo, poupança, inflação, investimento, entre outros. Mas como é que estes fatores influenciam a decisão de aquisição ou venda de um imóvel?
Para responder a esta questão selecionamos os indicadores macroeconómicos que consideramos mais relevantes no contexto do mercado imobiliário. São eles:
- Consumo, investimento e poupança
- EURIBOR
- Taxa de Inflação e Taxa de Inflação na Zona Euro
Os dados estatísticos apresentados para cada um dos indicadores acima foram retirados da “síntese Estatística de Indicadores Macroeconómicos, Comércio Internacional e Investimento Direto”, referente a Outubro de 2018 e disponibilizada pela “AICEP Portugal Global”.
CONSUMO, INVESTIMENTO E POUPANÇA
O rendimento mensal de um cidadão português pode ser consumido, investido ou poupado. O consumo privado está a crescer, e prevê-se que em 2018 atinja 2,4%. Já a taxa de poupança permanece baixa, em 17,4%.
Conclusão? Assistimos a uma lenta recuperação económica pós-crise. O aumento do consumo, devido a um maior dinamismo do emprego e dos salários, ainda que lento, é positivo. No entanto, enquanto a taxa de poupança não recuperar, será reduzida a capacidade de investimento orgânico (sem recurso a crédito).
Para quem tem de recorrer a um empréstimo, a hipoteca representa entre 10% e 20% do rendimento familiar para 33,6% dos consumidores. A taxa de esforço é maior para outro terço dos consumidores, para quem a prestação representa 20 a 30% dos vencimentos. Para 11% dos consumidores, a taxa de esforço excede os 30%.
EURIBOR
A Euribor é a taxa interbancária utilizada pelos bancos como referência na maior parte dos empréstimos com taxa de juro variável.
Porque é que esta taxa importa?
A taxa de juro que lhe é apresentada quando recorre a um crédito à habitação, por exemplo, é calculada com base na Euribor. Quanto mais baixa estiver a EURIBOR, mais baixa será a taxa de juro aplicada ao seu empréstimo.
Atualmente, perante uma Euribor negativa, faz sentido que as taxas de juro bancárias estejam “historicamente baixas”.
TAXA DE INFLAÇÃO
A taxa de inflação baseada no Índice Harmonizado de Preços ao Consumidor (IHPC), para 2018, é de 1,2% (vs. Uma média na zona Euro de 1,7%)
Para que os investidores não percam poder de compra a longo prazo, os seus investimentos devem apresentar retornos superiores à inflação.
Sabendo que os retornos do investimento no mercado imobiliário rondam em média os 4% a 5% (segundo o diretor geral da JLL Portugal), podemos considerar que os investidores não perdem poder de compra neste mercado.
Medo de comprar?
Tendo em conta a dimensão do investimento quando falamos em adquirir um imóvel é normal que existam receios. A situação macroeconómica tem influência na nossa decisão, positiva ou negativamente.
Neste caso e analisando os indicadores para 2018 podemos concluir que este ano é favorável ao investimento imobiliário.